Por Mariana Perez, da redação

Há 25 anos a Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos (National Academy of Medicine), uma importante instituição cientifica, lançou um relatório chamado “Errar é humano: construindo um sistema de saúde mais seguro”, que também foi publicado em livro e que até hoje é uma referência quando se fala em gestão da saúde, de acordo com a entrevistada da reportagem de capa, Andrea Quaglio, especialista na área.

Contudo, mesmo estando na frente quando o assunto é segurança do paciente, a medicina ainda tem números alarmantes. Segundo dados (2019) da Organização Mundial da Saúde (OMS) todos os anos cerca de 2,6 milhões de pessoas em 150 países de baixo ou médio rendimento morrem devido a erros médicos. Estima-se que o risco de morte em um acidente de avião seja de 1/3.000.000, enquanto o risco de morte em um acidente médico evitável seja de 1/300. No Brasil, um levantamento (2021) do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (IESS-UFMG) mostra que dos 19,4 milhões de pessoas tratadas em hospitais no Brasil, 1,3 milhão passa por negligência ou imprudência durante o tratamento médico, todos os anos. São quase 55 mil mortes por ano no país, o equivalente a seis por hora por conta de erros médicos.

Na medicina veterinária não temos pesquisas sobre erros, mas mesmo não sendo quantificados, sabemos que eles existem. Por isso, é importante buscar ferramentas e informações a respeito. Vamos nos inspirar no trecho retirado do prefácio do relatório da National Academy of Medicine:

"Erros podem ser evitados projetando-se sistemas que tornem difícil as pessoas fazerem a coisa errada e fácil as pessoas fazerem a coisa certa”.

Trecho do relatório da National Academy of Medicine