
A não utilização de adornos é uma medida de biossegurança, evita a contaminação cruzada e o acúmulo de microrganismos, incluindo superbactérias
Imagem: Canva
Há muitos médicos-veterinários e médicos que utilizam acessórios diversos como relógios, pulseiras e outros, em ambientes hospitalares, seja por desatenção ou por qualquer outro fator que não minimiza a sua responsabilidade. Mas o fato é que a não utilização de adornos em ambientes hospitalares (Humanos e veterinários) é uma medida de biossegurança, pois evita a contaminação cruzada e o acúmulo de microrganismos.
Esses acessórios acumulam, em uma semana de uso, até 428 vezes mais germes e bactérias do que um vaso sanitário. São aproximadamente 21 mil bactérias. Os dados são de um estudo encomendado pela joalheria Est 1897, no Reino Unido. A pesquisa mostrou que dois terços dos britânicos não costumam limpar os acessórios após uma semana ou mais de uso. Nos acessórios dos participantes da pesquisa, foram encontrados em torno de 504 colônias de bactérias de cinto tipos, uma colônia de fungos e uma colônia de bolor negro.
Há também um estudo feito pela Universidade Atlântica da Flórida (Estados Unidos) que analisou amostras de 20 pulseiras de smart watches e identificou que quase 100% delas estavam cobertas por bactérias — incluindo algumas que podem ser nocivas à saúde. No final do texto confira mais alguns links de pesquisas relacionadas aos prejuízos do uso dos adornos em ambientes da área da saúde.
Além disso, os adornos podem causar acidentes ficando enroscados ou enrolados no animal, o que pode causar prejuízos para a saúde do paciente e do próprio médico-veterinário.
Não mencionamos aqui a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que proíbe o uso de adornos em ambientes de trabalho onde há risco biológico, pois há uma informação no site do MTE que contradiz o conceito de Saúde Única do Ministério da Saúde:
“A NR-32 tem como finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. A NR-32 aplica-se aos ambulatórios médicos e odontológicos, clínicas, laboratórios de análises clínicas, hospitais etc, não sendo aplicável a serviços de saúde animal”.
Se NR 32 é um conjunto de medidas de proteção à segurança e saúde dos trabalhadores de serviços de saúde, por que os médicos-veterinários não são considerados nesse contexto?
Traremos em breve uma reportagem mais detalhada sobre o assunto.
Texto e edição: VetShare - Fontes das informações: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e MTE
The implications of healthcare professionals wearing jewelry on patient care biosafety: observational insights and experimental approaches:
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11316805
Wristwatch use and hospital-acquired infection:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0195670109003193
Implicações do uso de adornos por profissionais de saúde na biossegurança da assistência ao paciente / Implication of the use of adornments by health professionals in the biosafety of patient care
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1379495
A não utilização de adornos é uma medida de biossegurança, evita a contaminação cruzada e o acúmulo de microrganismos, incluindo superbactérias