Perda de massa muscular e queda na taxa metabólica basal faz com que os cuidados com a alimentação aumentem
Por Mariana Vilela, da redação
Assim como acontece com os seres humanos, cães e gatos idosos sofrem também com a perda de massa muscular. A sarcopenia, como é chamada essa condição, pode ser agravada se não houver alimentação adequada e sedentarismo. A médica-veterinária, Fernanda Yamamoto Tavares (@vetprapet), especializada na área de nutrição, explica que é possível retardar e até prevenir a sarcopenia acentuada. “Muitos estudos científicos apontam que essa perda de massa muscular está associada a maior taxa de mortalidade quando não há um aporte energético suficiente. Se não há a atenção com a quantidade que o animal idoso está comendo, essa perda de massa é acentuada e o paciente vai definhando”, alerta.
Fernanda Yamamoto Tavares, médica-veterinária, especializada na área de nutrição (Arquivo pessoal)
Instagram: @vetprapet
Quando a sarcopenia não está acompanhada de doença de base, é possível fazer suplementação de aminoácido de cadeia ramificada e estimular a atividade física, respeitando os limites do animal. “O ideal é oferecer ao animal um alimento com maior digestibilidade possível, como no caso de alimentos comerciais as rações super premium ou até dieta caseira. Com essa alimentação e atividade física regular, o animal consegue manter a musculatura”.
Além disso, Fernanda lembra que os animais idosos, tanto cão quanto gato, têm uma queda na taxa metabólica basal. E se, ao envelhecer, o animal ingere a mesma quantidade que sempre ingeriu quando era mais jovem e, possivelmente, mais ativo, ele acaba engordando. “A soma do sedentarismo com a queda da taxa metabólica resulta em um animal obeso ou com sobrepeso, porém com perda de massa muscular, o que não é nada bom”, ressalta.
Por outro lado, há os animais idosos que tendem a comer menos e, de acordo com Fernanda, muitas vezes essa diminuição está associada a problemas periodontais que não são tratados e geram dor ou incomodo ao comer. Em outros casos, essa diminuição do apetite pode estar associada a doença renal, muito comum nos animais mais velhos. “Os animais vão envelhecendo e os sistemas também, principalmente os rins. Inevitavelmente muitos idosos apresentam doença renal crônica que tem vários estágios e, dependendo do estágio, é possível entrar com alimentação específica coadjuvante e retardar a progressão dessa doença. Alguns alimentos da categoria sênior têm um teor moderado de fósforo. Eu costumo dizer que é o fósforo que é o vilão dos rins e não o sódio como todo mundo acha”.
Os felinos apresentam uma particularidade e há alguns estudos que mostram que cerca de 30% dos gatos acima dos 12 anos apresentam redução da digestibilidade no organismo. “O intestino começa a sofrer alterações com relação a digestão e aproveitamento dos alimentos. E nesses casos, ao invés de engordar, eles emagrecem, por não conseguirem aproveitar bem os nutrientes ingeridos. E a melhor forma de contornar isso é prescrever um alimento de alta digestibilidade”, explica Fernanda.
E, além de um alimento de qualidade, alguns suplementos podem ser usados e que conseguem modular o sistema imunológico que também envelhece. “Usamos suplementos como os betaglucanos que são leveduras, o ômega 3 que apresenta diversos benefícios e é um anti-inflamatório natural. Os animais idosos podem desenvolver a disfunção cognitiva, similar ao Alzheimer, e a suplementação pode ser essencial nesse caso, com ácidos graxos de cadeia média. Além disso, o envelhecimento leva a formação de radicais livres, então também podemos associar um antioxidante”, destaca e conclui: “É importante acompanhar o peso desse paciente e orientar o tutor quanto a importância da maior frequência do check up dos animais mais velhos”.
Perda de massa muscular e queda na taxa metabólica basal faz com que os cuidados com a alimentação aumentem